terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Atemporal (Catedral)

"Pensamos que tudo de errado acontece com os outros, erramos
Vivemos o lado imperfeito daquilo que somos, falhamos
A vida nem sempre segue o nosso querer
Mas ela é perfeita naquilo que tem que ser,
É um ciclo...
Queremos os sonhos dos outros em nosso universo, mudamos
Naquilo que temos de mais bonito e imperfeito, humanos
Eterno enquanto dure tem um final
Mas meu amor por Você é atemporal
Não tem preço...
O que é mais sagrado na vida é viver
Livremente, intensamente, sem medos
O que é mais sagrado na vida é viver
Plenamente, honestamente, viver..."
                                                                                                       por Colombina
                                                                                                           

sábado, 18 de dezembro de 2010

Deixe assim...

Palavras vãs?
Eu também sei dizer
Falsas poesias?
Eu também sei escrever
Chorar
Sorrir 
Calar 
Consentir
Mas para quê admitir?
Ah, então deixe assim...
                                                                          por Colombina

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A história de João


Ele não sabia quem eram seus pais.
Disseram que seu nome era João,
Só isso e nada mais.
Levaram-no para um orfanato
Para ele poder crescer
Sem um passado, sem um por que.

João odiava o lugar, vivia apanhando.
Não aceitava as regras, pois entendia o que estavam lhe ensinando.
Para completar, um senhor de bata e barba branca
Abusava do garoto e dizia:
-Filho, tenha fé que Deus te levanta!

Cansado disso tudo, fugiu do orfanato.
Foi acolhido por uma senhora
Que lhe deu roupa e sapato.
Tudo ocorria bem até o dia do culto
João não conseguia entender, aquilo era um insulto.
Jesus andava a pé, roupa simples era o que usava.
Pregou, curou, amou e é lógico não cobrou nada.
Tentando explicar para a moça
Que aquilo era sem sentido
João foi expulso de casa
Pois ela pensou que ele estava possuído.

Na rua outra vez, não sabia aonde ir
Mas logo percebeu que o crime estava logo ali.
Entrava e saía de ano, e João na marginalidade
Roubava até livros para entender a sociedade.
Aos 20 anos foi preso por roubar uma melancia
Frente a frente com o delegado
Consciência limpa e cabeça fria.

-Seu delegado, tive que escolher
Entre estudar e não sofrer
Quem passou pelo o que passei
Sabe o que eu quero dizer.
Tem muita gente esperta
Ludibriando as pessoas.
Tive que manter os olhos abertos
Para não ser levado pela canoa.
Com a ajuda de Deus segui em frente
Quebrando muros de cimento
E todas as coisas que roubei
Foram para o meu sustento.
Meu maior orgulho hoje é o meu conhecimento
Sei que vou ser condenado
Não tenho dinheiro, e nem casa para morar
Sinceramente não tenho culpa
O que o mundo me cobra
Não é o que o mundo me dá.

E João foi para a penitenciária
Onde mais tarde seria assassinado.
Ao olhar seus agressores
Lembrou do padre do orfanato.
Esse João é uma exceção
Sofreu por ter uma forte opinião.


A gente que tem casa, que tem comida
A gente que tem a chance de estudar
Aceita de tudo, aceita costumes
Sem sequer se indagar
Antes de engolir um alimento
Temos que mastigar.
                  
                                      
                                                                                    Lucas Parreão